fevereiro 29, 2016
Resenha: Mundo Novo - Chris Weitz
Neste mundo novo, só restaram os adolescentes e a sobrevivência da humanidade está em suas mãos.
Mundo Novo é o tipo de livro que você pensa: o que está
acontecendo?!
Descobri esse livro há algum tempo e tinha amado a capa, sou
dessas ainda de amar capa, e fiquei curiosa pela leitura, pela maneira sugestiva
que os personagens estão dispostos na capa. Eu não lembro se li a sinopse, na
verdade nem gosto muito de fazer isso pelo simples motivo de que gosto das
surpresas e certas sinopses acabam estragando tudo. Então eu comecei a fazer a
leitura às cegas para o Desafio Literário, crendo ser este uma distopia.
Engano. Uma coisa recorrente que vi por aí é que as pessoas
estavam automaticamente colocando Mundo Novo como uma distopia; acho engraçado
como tudo que parece ser do futuro próximo, ou que se passa numa realidade diferente, as
pessoas automaticamente já relacionam a isso. Mas Mundo Novo não é uma
distopia, é um livro Pós-Apocalíptico. Rico, interessante e reflexivo.
Um vírus biológico alterado dizimou a população adulta e infantil, só os adolescentes restaram devido a um hormônio que só é produzido nessa idade, só isso os permitiu sobreviver. Nova York foi alterada e todo o cenário de antes não existe mais, animais selvagens correm a solta pelas ruas do Central Park. A Grand Station virou um enorme mercado e há gangues inimigas por toda a parte. Esqueça Netflix, Starbucks e qualquer coisa que você é viciado de Antes. Não existe mais isso. A vida não é mais a mesma e a sobrevivência da humanidade está nas mãos dos adolescentes remanescentes. Mas há anarquia, tribos perigosas e violentas, realidades diferentes e grotescas. Informações.
Um vírus biológico alterado dizimou a população adulta e infantil, só os adolescentes restaram devido a um hormônio que só é produzido nessa idade, só isso os permitiu sobreviver. Nova York foi alterada e todo o cenário de antes não existe mais, animais selvagens correm a solta pelas ruas do Central Park. A Grand Station virou um enorme mercado e há gangues inimigas por toda a parte. Esqueça Netflix, Starbucks e qualquer coisa que você é viciado de Antes. Não existe mais isso. A vida não é mais a mesma e a sobrevivência da humanidade está nas mãos dos adolescentes remanescentes. Mas há anarquia, tribos perigosas e violentas, realidades diferentes e grotescas. Informações.
Jeff e Donna, e quase todos os adolescentes dessa localidade, vivem nesse cenário. Crânio é o inteligente. Wash é o líder. Jefferson é o
irmão contador de histórias. Após um ocorrido trágico, unidos a Minifu e Peter,
eles são forçados a deixar a Washington Square, toda sua tribo, em busca da cura,
encontrar respostas sobre o Ocorrido. Eles terão que desbravar um cenário
novo, encontrar pistas e se infiltrar em tribos para sobreviver. Enquanto isso, Jeff tenta criar coragem para
se declarar para Donna, e ela luta para entender seus próprios sentimentos para com ele, afinal, conforme os dias passam, a adolescência vai ficando para trás e a
Doença está cada vez mais próxima. O que eles tem a perder afinal!? Todo
mundo está morrendo...
Além disso, quando o vi apagar... Talvez eu tenha problemas, talvez devesse perceber o quanto ele significa para mim, mas tudo em que consegui pensar foi que não havia nenhum sentido em amar uma pessoa quando você sabe que vai perdê-la logo mais. Talvez seja covardia. Não sei.
Eu amei demais esse livro...
Um fator bastante recorrente nesse livro e que me chamou a
atenção logo de cara foi o sarcasmo que o autor empregou para os personagens. É
sério, fiquei deslumbrada e alegre por isso, estava sentindo falta e a leitura veio em boa hora. Há muitas críticas sociais, questões existências e de
religião para trazer reflexão ao leitor. Mas não pense que é
só isso que trata, o livro é bem ágil, envolvente e eletrizante, conta com o
ponto de vista de Jefferson e Donna, em capítulos intercalados; acho que duas
perspectivas sobre as coisas sempre são melhores para encarar de uma maneira diferente
determinadas situações.
Nesse livro, composto pela maioria adolescente que está
crescendo ou esperando morrer quando chegar aos dezoito, os adolescentes não
tem pudor algum. Há palavrões, muita morte, acho que pela capa e as muitas
armas que cada um está utilizando já mostra isso. A infinidade de armas e o
conhecimento que os personagens tinham sobre elas era impactante. Tipo, tinha
crianças de catorze anos atirando em todo mundo e fazendo muita maldade. Pode
parecer algo meio que forçado ou surreal, mas se pensarmos bem não é. Um
exemplo claro que me veio a mente foi a guerra civil na África, onde os grupos
recrutavam crianças e as ensinavam a matar, empunhar armas, somente para serem
usadas como soldados. Outro exemplo são os cartéis de drogas da Colômbia e de outros países sul-americanos.
Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro.
Se pensar bem é uma realidade triste, e o autor soube
mesclar fatos que acontecem e aconteceram para trazer uma crítica sobre o
assunto. Pelas resenhas que li por aí as pessoas focaram muito na questão pós
apocalíptica e se condizia, o cenário e a ambientação, mas acho que Mundo Novo é
muito mais que isso. O livro levanta questões que muitas vezes não são discutidas
e são jogadas por debaixo do tapete.
Há uma crítica social bem forte, muitos questionamentos sobre
a vida de hoje que vivemos, o capitalismo em decorrência o consumismo, o que pode ou não ser levado em conta sobre o passado e o que poderia influenciar num futuro, não tão
distante, destruído para as próximas gerações. É possível sim, um YA ter esse
teor crítico e levantar questões relevantes sobre a sociedade, é só saber
trabalhar isso.
O livro é cheio de ação, tem muito tiro, muito mesmo. Os personagens são adoráveis, não no sentido
fofo da palavra, porque na verdade cada um deles tem muitos problemas e são
quebrados por tudo que aconteceu, mas sim, eles são ótimos e você acaba se
afeiçoando a cada um deles. Sempre acontece de a gente leitor acaba
desgostando de algum personagem principal, sempre achamos que são chatinhos e
coisa e tal, mas eu amei todos os personagens principais. Acho que me afeiçoei
mais a Minifu.
A ambientação do livro, a visualidade existente foi
chocante para mim. Eu curti cada coisa! Sério mesmo. Teve uma cena em particular que me deixou
super chocada e acredito que os leitores também reagiram da mesma maneira
quanto a isso. Lembrei de um episódio de TWD na hora.
Bem, como é um livro que eu realmente gostei, fico sempre em dúvida se expressei com certeza tudo que poderia transmitir sobre a obra. Enfim, leiam e apreciem.
Nota: 4,5/ 5 - Favorito
Beijin....
*Créditos da Imagem: Palácio de Livros
*Créditos da Imagem: Palácio de Livros