Helloo, people... tudo numa nice?
Hoje trago a resenha de um livro que eu estava ansiosa para conferir e que amei por um tempo, depois fiquei pensando táh meio bláh e por fim percebi que ao final não curti de verdade.
Páginas: 288 | Editora: Seguinte | Lido em: Junho de 2016
O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher. Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo — é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por revelar a ela o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.
Eu não vou contar a estória porque para isso tem a sinopse.
Algumas resenhas falam muita coisa sobre os livros e acredito que isso acaba tirando
as surpresas que o leitor poderia ter durante a leitura. Isso realmente me incomoda
e me irritou diversas vezes quando conferi algumas por aí de uns livros que estava ansiosa para conferir porque fiquei sabendo metade do que acontece no
livro e isso é chato. Só ficar curiosa para o final é sem graça.
Enfim, vou pontuar aqui somente algumas coisinhas.
Eu estava lendo umas reviews desse livro no goodreads, vi esse gif por lá e pensei: nossa, isso está muito certo. Porque esse livro se trata de uma jornada pelo deserto em boa parte. Lembrei de Mojave logo de cara.
Algo que me incomodou um pouco foram as atitudes de Amani.
Dizem que nós aprendemos com os erros, mas parece que ela não aprende. Machucou
uma pessoa por sua imprudência e acabou machucando outra numa situação
parecida. Ela poderia bem ter ajudado um certo personagem e evitado a morte de
um outro. É sério, achei a morte de um personagem desnecessária. Tanta gente
para morrer e a autora escolhe uma com uma estória realmente
importante.
Era muito difícil confiar num garoto com um sorriso daqueles. Um sorriso que me dava vontade de acompanhá-lo até os lugares sobre os quais havia me contado, mas ao mesmo tempo me deixava certa de que eu não devia fazer isso.
Nesse quote já pensei: não, por favor, que não seja romance instantâneo.
Confesso que no início gostei de Amani, a personalidade
dela é forte, uma garota em meio a uma sociedade que privilegia mais os homens
e considera as mulheres puro objeto, se sobressaindo e tentando de tudo para
conseguir encontrar seu lugar na sociedade e em busca do que realmente quer. Às
vezes, confesso que para mim, essa situação se torna meio batida, quando não é
trabalhada de forma coerente. Uma garota que teve os pais mortos e que está
tentando se reerguer de alguma situação complicada. Mas a engenhosidade dela no
início do livro me conquistou. No decorrer da estória, porém, achei que ela ficou
um pouco egoísta. Eu não me importaria com isso se as coisas que escolhia não tivesse afetado personagens
interessantes que gostei bastante e que eram amigos dela.
Jin é um personagem interessante, é aquele tipo de
personagem que a gente sabe que vai gostar logo de cara pelo jeito maroto. O
problema para mim é quando a situação fica óbvia demais. Não tem como você ver
uma pessoa uma única vez e já descrever tanto ela e achar isso e aquilo e blá blá blá. Mesmo que seja de
fantasia, eu gosto muito desse gênero, mas que não seja tão fantasioso demais.
O meu problema com esse livro foi essa questão. Achei fantasioso
demais. Acredito que há um limite do possível nas estórias. E eu AMO livros de fantasia, é o meu gênero preferido.
A meu ver, misturar o estilo de fantasia que já conhecemos
com super poder não é tão viável e nem faz sentido. Fica meio sem sentido. Usar questões de
deuses até vai, bruxas, eles sim tem capacidade de ter poderes, mas fora isso não faz sentido.
E também já estou um pouco cansada desse plot de ter um personagem isolada que
vivia sua vida num lugar distante, e sem nada e depois descobre que tem
super poderes tipo arrasadores e é e também pode ser importante numa causa
rebelde; já está meio batido, esse plot não teve muito efeito em mim. E todas revelações não me impressionaram. Acontece
muito do tipo em fantasia e se não é bem trabalhado parece mais do mesmo. E
nesse quesito de originalidade eu sou bem chata e exigente.
Outra coisa que não funcionou para mim na estória foi a
mistura de faroeste com a cultura árabe. Eu preciso dizer que a parte mais
interessante do livro para mim foi o contexto inserido, a mitologia criada, eu
gostei das lendas, eu curti muito as histórias criadas. Mas, eu acho que não
combinou ter trem num livro de fantasia, aquelas armas de fogo e tals. As espadas são algo recorrente e normal, mas a misturada que a autora fez de diversas mitologias ficou sem nexo e não rolou. Pois é, tem salloon também, e todas aquelas
coisas de faroeste misturado à cultura árabe.
Gente, eu assisti Azur e Asmar - que trata da cultura árabe - e curti bastante os seres mitológicos, as aves que pareciam grifos, a fada dos djins, mas o emaranhado de coisas inserido na estória não surtiu efeito algum em mim.
Os personagens se metiam em muitos problemas e algo que me
incomodou foi que eles se metiam em situações perigosas, e eu ficava: eita cara, esse é um twist. Quero ver como o autor vai se sair dessa. Porque para criar uma situação chocante e complicada, no mínimo precisa ter algo mirabolante para e crível para nos deixar boquiaberto e pensando: what the hell?! Mas durante alguma batalha daqui a pouco os personagens lembravam que estavam meio machucados e fracos e fazia com o que o confronto
fosse mais "perigoso" e eles sempre sobreviviam. Tipo, no way. Acho que a autora
colocava essa questão para fazer com que parecesse mais emocionante, o que para
mim trouxe o efeito reverso. Pareceu irreal demais. Algumas situações apareciam
simplesmente quando havia necessidade e me pareceu conveniente em situações que
não deveria haver esse tipo de questão.
Outra coisa que gostaria de ressaltar é a "batalha" que há no livro. Por essa obra ser narrada em primeira pessoa, acredito que há essa deficiência se vamos saber de certas coisas ou não quando está tendo um confronto propriamente dito. Considerando o gênero de fantasia, acredito que as batalhas são parte importante e deveriam ser bem descritas. Por exemplo, tem um momento do livro que a Amani apaga durante uma batalha e a gente não fica sabendo de muita coisa que aconteceu. Fica um pouco rápida e vaga essa parte. Foi algo que me incomodou em certo ponto. Mas não creio que cause tanto efeito assim a outros leitores. Eu só achei que poderia ser acrescentado mais a essa parte.
O livro também é um pouco maçante, não tem muita ação no
início, você só está conhecendo histórias. Para mim não foi tão cansativo quanto para outros leitores pode ser, mas só porque curto conhecer mitologias
diferentes e não me importo com o contexto de historicidade que trazem.
Eu tinha quase certeza que ia amar esse livro, ele estava pedindo para que eu gostasse dele, mas não
rolou como deveria ou podia, e no início até que tudo estava indo bem e eu estava empolgada durante a
leitura. Acho que muita gente, porém, vai gostar então leiam por si mesmos para tirarem suas conclusões. Muita gente gostou, funcionou para mim em partes e em outras não, portanto confiram. Eu só não pretendo conferir a sequência.